Pesquisar este blog

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Aniversário de Belém: 'Festa' com estragos, alagamentos e desolação


Do Diário Online

Nem mesmo no dia em que completou 398 anos de fundação Belém e sua população ficaram livres dos transtornos diários que assolam a metrópole da Amazônia. Ontem, a cidade amanheceu debaixo d’água e a população não pôde bater palmas aos parabéns porque estavam com as mãos ocupadas tentando salvar móveis e eletrodomésticos. Ruas ficaram alagadas, canais transbordaram e água suja e contaminada invadiu casas. Do centro à periferia, o que se viu na capital foram os estragos do dia de chuva que iniciou ainda de madrugada. Até o teto do PSM da 14 desabou. A cidade que caminha para os 400 anos sequer superou problemas de décadas.

“Sempre foi assim. A cada ano só piora”, reclamou Roberto Matos, 56, morador da avenida Fernando Guilhon. Ele por pouco não perdeu a geladeira. Em frente à sua casa, mandou erguer um muro de proteção, mas nem isso foi suficiente para conter a água da chuva. A população precisou interditar a via porque os carros formavam ondas que invadia as residências. A interdição foi feita no trecho entre a 14 de Março e Generalíssimo Deodoro, onde o nível da água atingiu cerca de um metro de altura.

A comerciante Elizângela Queiroz trabalha em um ponto de venda de frango na esquina da 14 de Março com a Fernando Guilhon. Quando ela chegou para trabalhar, às 7h30 da manhã, a via já estava obstruída. “Toda vez que chove, preciso fazer isso porque a rua fica cheia e os carros jogam ainda mais água para dentro das casas”, ressalta.

De acordo com Elisângela, no horário em que chegou para trabalhar, as condições de alagamento estavam ainda piores. “Os moradores que se arriscavam a atravessar o alagado enfrentaram a água na altura do peito”, frisou. No final da via, dobrando a rua Teófilo Conduru, o próprio carro da reportagem precisou dar meia volta porque a rua estava inundada e nem os carros grandes se arriscavam a cruzar o local.

Ainda na Fernando Guilhon, outros trechos ficaram alagados. Um deles foi próximo ao cruzamento com a avenida Roberto Camelier, no bairro do Jurunas, em frente a um supermercado.

Trechos de ruas e avenidas viraram ‘rios’

Na avenida Conselheiro Furtado, próximo à rua Guerra Passos, os motoristas davam meia volta e seguiam na contramão com medo de ficar no prego em meio ao aguaceiro. “Não tem condições, não vou arriscar!”, recusou um motorista que não quis se identificar.

Ao longo da av. Mundurucus, diversos trechos também foram para debaixo d’água. No cruzamento com a Alcindo Cacela, a água chegou a invadir farmácias e um posto de gasolina. “Choveu, aqui enche. O jeito é meter o pé na água”, atravessou a rua a estudante Marciele Santos.

Do outro lado da cidade, no bairro da Pedreira, a avenida Pedro Miranda também se transformou em um rio. “Sou vítima desta situação desde 2005”, desabafou o morador José Costa.

Ele ressalta que os alagamentos naquela área próxima ao canal do Galo acontecem devido à falta de manutenção da macrodrenagem da Bacia do Uma. “Em 2008, o Ministério Público moveu uma ação civil pública na qual recomendava ao Estado e ao Município que fizessem a manutenção e resolvessem os problemas, mas nada disso está sendo feito”, comentou.

Na avenida João Paulo II, no bairro do Curió-Utinga, a água também cobriu a rua e trouxe prejuízos para os motoristas, que perderam placas e calotas dos carros. No local, nem mesmo um guarda municipal de Belém, servidor de Belém, identificado pelo prenome de Marco, escapou do problema. Para atravessar a rua, teve que enfrentar a água na altura dos joelhos. “É o jeito. Tenho que ir para casa”, justificou.

Os canais das travessas Mariz e Barros e Vileta também transbordaram e água invadiu as casas. Os moradores tiveram que caminhar sobre o parapeito.

Sesan admite que problemas persistirão

Todos os locais inundados ontem sofrem constantemente com alagamentos. A Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan) alegou que está com diversas equipes atuando na limpeza dos canais da cidade. Somente no canal da Vileta - que transborda sempre que chove, deixando a população do local fica no prejuízo -, a Sesan informa que faz a limpeza a cada dois dias e que o problema só vai terminar depois que for concluída a macrodrenagem do Tucunduba.

Quanto aos alagamentos na Caripunas, Fernando Guilhon e Mundurucus, a secretaria respondeu que já gerencia obras de macrodrenagem no local.

Um comentário:

radiocunha disse...

COMEMORAÇÕES PELO ANIVERSÁRIO DE BELÉM
O que comemoramos no aniversário de Belém? A falta de leitos nos hospitais públicos? A educação precária na rede publica de ensino? A insegurança rondando nossos bairros, ruas, casas? A falta de vergonha na cara de nossos governantes? Vivemos em um estado de pura propaganda, repetida à exaustão, como faziam os nazistas, na tentativa de que nos convençamos que estamos vivendo em um mar de rosas, querem através de suas propagandas pagas com nosso dinheiro nos idiotizar? Onde está o prometido BRT, que se arrasta desde a gestão passada? Aliás, o DUDU foi apoiado pelo atual gestor municipal e pelo atual governador do estado. As propagandas governamentais (municipal e estadual) disseminadas nas empresas chapa branca dos amigos, apontam melhoras no quadro caótico da saúde, entretanto, nos hospitais públicos (municipais e estaduais) a realidade é outra e bastante dura. Estamos afinal comemorando o quê? O quê pensam os governantes deste estado que nós somos? Estamos comemorando as dezenas de bebês mortos na Santa Casa ? Comemorando as mortes diárias por falta de assistência no Hospital Ofir Loyola? Comemorando a pífia atuação da secretaria de segurança, que insiste em dizer que vivemos “apenas sensação de insegurança” ? Comemorando o deboche do ex-diretor do Hospital de Pronto Socorro Mário Pinote, que teve a cara-de-pau de fazer oração de “boas idas”? Afinal o quê comemoramos? Será que estamos comemorando o dissabor dos moradores das baixadas, que a cada chuva tem suas casas alagadas e seus bens destruídos? É isso que estamos comemorando? Comemoramos o péssimo transporte público, que o atual prefeito tanto criticou em sua campanha política e afirmava com todas as letras que tiraria de circulação os “ônibus rasgados” ? Comemoramos a falta de planejamento da cidade ? A sujeira permanente e vergonhosa do Ver-o-Peso ? Os “marronzinhos” gastando a munheca e as canetas nos multando ? Comemoramos a falta de vagas nas creches públicas, que as mães trabalhadoras tanto necessitam para deixar suas crianças ? Afinal o que estamos comemorando nesta cidade? Com a palavra os senhores governador, prefeito, MP, vereadores, etc...