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segunda-feira, 15 de julho de 2013

A fantástica fábrica de chocolate

Durante a campanha ao governo do estado em 2010, um dos capítulos mais emblemáticos daquela guerra foi a polêmica em torno da fábrica de chocolates em Medicilândia. A cidade, já entre as maiores produtoras de cacau do mundo, estava sendo beneficiada com recursos do FUNCACAU – fundo destinado ao apoio à produção do fruto – para criação da primeira fábrica do doce no estado, gerenciada por uma cooperativa de produtores e que simbolizava, para o nosso governo, todo o esforço na verticalização da produção agrícola do estado.
Após apresentarmos este exemplo em um debate contra nosso adversário, um equipe de “reporcagem” deste candidato foi até o local onde a fábrica estava sendo implantada em pleno domingo, e, após o arrombamento de portas e janelas do prédio e a invasão de propriedade privada, chegaram a constatação de que tratava-se de um embuste para enganar o eleitorado.
O resultado disto todos conhecemos. Apesar de não ter sido a causa, foi um dos elementos que ajudaram nossa derrota eleitoral.

Pois bem: passados quase 3 anos do episódio, neste final de semana estive em Marabá, a convite de produtores rurais do sul e sudeste do estado, para visitar a Exposição Agropecuária da cidade. Como sempre faço, aproveitei para visitar uma das 6 lojas da Cacauway, que vende com exclusividade os produtos da Fantástica Fábrica de Chocolates da Ana Júlia (não era assim que a chamavam na campanha?).    

O empreendimento só tem crescido e ganhado o mundo, trazendo lucros para os produtores da região da Transamazônica. Em 2012, a fábrica foi destaque na revista Veja, como você pode conferir clicando aqui.

Entitulada “Cacau, uma opção saborosa contra o desmatamento na Amazônia”, a matéria aponta as vantagens da cultura na floresta devastada. Segundo a reportagem, o produto é adquirido do agricultor local por um preço 50% maior do que o mercado nacional. Outros produtores ainda produzem o cacau orgânico, de grande aceitação em países da Europa, e entrevista um deles, que vende sua produção toda para a Áustria.

Uma das vantagens é a necessidade de sombra para o bom desenvolvimento da planta, que é nativa da região. "O cacau precisa de sombra e o que se propõe agora é alternar sua cultura com a de outras árvores amazônicas como o mogno, a castanheira ou o ipê, plantas nativas", afirma João Batista, diretor de uma ONG que apoia a agricultura familiar”, diz a reportagem da revista.

Crescimento econômico, articulado com o reflorestamento de espécies nativas, verticalização da produção e consequente exportação de produtos elaborados, com maior valor de mercado, eram algumas das políticas de desenvolvimento que estávamos implementando em nosso governo. Através delas, levaríamos mais riqueza para nosso povo no interior, mais receitas para os municípios que consequentemente poderiam investir em mais saúde e educação. Era o círculo virtuoso do crescimento, que tiraria o Pará do atraso.

Nas 6 lojas da Cacauway ninguém vive de fantasia. Juliane e Caroline, as moças da foto e funcionárias do estabelecimento, que o digam. É de lá que tiram o pão de cada dia e de onde sonham, um dia, em viver em um Pará melhor e mais justo.

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