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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Hidrovia Tocantins: é preciso uma resposta oficial do governo

Após o disse me disse da imprensa e blogs locais sobre os rumos do Projeto ALPA em Marabá e sobre a obras de derrocagem do Pedral do Lourenço, que viabilizaria a hidrovia do Tocantins, decidi procurar a Ministra do Planejamento Miriam Belchior, ao lado de parlamentares paraenses, para termos uma definição sobre o assunto.

Faço isso na condição de ex parlamentar e ex governadora que lutou muito para que o sonho de verticalização da indústria se tornasse realidade. Sonho que se sonha junto deixa de ser sonho, vira realidade. Vamos à luta pelos nossos.

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Belém, 21 de janeiro de 2013.
Senhora Ministra,

Ao cumprimentá-la, aproveito o ensejo para solicitar uma audiência com Vossa Excelência juntamente com o Deputado Federal Cláudio Puty, Deputado Beto Faro (Coordenador da Bancada do Pará), e demais Deputados da Bancada do Pará para tratar novamente sobre a necessidade da viabilização da Hidrovia Tocantins.

Já pudemos tratar com Vossa Excelência sobre o referido assunto no ano de 2011. Como é de seu conhecimento, as obras da Hidrovia fazem parte de um conjunto de compromissos assumidos pelo ex-presidente Lula, quando do processo de negociação para a implantação de uma Siderúrgica em Marabá, região sudeste do estado do Pará. Além da Hidrovia, a Conclusão das Eclusas de Tucuruí e Ampliação do Porto Vila do Conde faziam parte do pacote de compromissos.

A obra da Eclusas, inaugurada no final do mandato do presidente Lula, em 2010, torna-se ociosa, visto que a navegação no rio só é possível por seis meses, durante a sua cheia. Um investimento desta monta, que custou ao povo brasileiro mais de 1 bilhão de reais, tem um papel importante na logística do nosso país.

A ampliação do Porto de Vila do Conde idem. Este projeto também ficará superdimensionado se não for usado para receber a produção industrial da ALPA e outras empresas que se instalarão na região.

Atualmente, surge em nosso Estado um debate, baseado em informações de um ofício do Presidente da Companhia Docas do Pará, Carlos José Ponciano da Silva, ao presidente Frente Parlamentar de Apoio ao Desenvolvimento Sustentável da Mineração no Estado do Pará, Deputado Estadual Raimundo Santos, onde aquele afirma que “há indícios de que a CVRD não mais retomará o projeto do Complexo Siderúrgico de Marabá, ou pelo menos não mais o retomaria na sua concepção original... Estaria a CVRD trabalhando em um plano alternativo que deslocaria para o Estado do Ceará esses investimentos.” Segundo Ponciano, “já prospera na Casa Civil e no Ministério do Planejamento, sob as bênçãos da empresa de Projetos e Logística, diga-se Dr. Bernardo Figueiredo, a idéia falaciosa de que a realização do trecho da Ferrovia Norte-Sul, entre Açailândia (MA) e Barcarena (PA) tornaria desnecessária a realização do derrocamento do Pedral do Lourenço na hidrovia do Tocantins”.

Nossa preocupação, Senhora Ministra, diz respeito às consequências nefastas ao Pará se isso se confirmar. Os grandes empreendimentos previstos para o polo metalmecânico das regiões sul e sudeste do Pará levaram em conta, em seus estudos para implantação a realização da obra, o pleno funcionamento da hidrovia. Sem esta providência, todos os investimentos estão no mínimo paralisados, incertos ou, a se confirmarem essas notícias, fadados a se destinarem a outras unidades da Federação.

O polo metalmecânico representará o grande marco para a industrialização no estado do Pará, viabilizando a implantação da ALPA – Aços Laminados do Pará, da Companhia Vale; da Aline, para produção de laminados finos, em uma iniciativa da Sinobrás em associação com a Vale; além de diversos projetos de verticalização de cadeias produtivas que permitirão que nosso Estado dê um salto qualitativo de um Estado exportador de matéria prima com baixo valor agregado, para um Estado com efetiva indústria de transformação de nossas riquezas naturais.

Além do Pólo Metal Mecânico, a hidrovia ajudará no escoamento da produção agropecuária da região sul/sudeste do Pará e do centro oeste brasileiro, assim como da produção de oleaginosas, nas regiões sudeste e leste do estado.

Portanto, tais questões são importantes e decisivas para a mudança do modelo de desenvolvimento do Estado do Pará, que foi nossa luta durante os quatro anos, quando estive a frente do governo do Estado.

Certa de poder contar com a costumeira colaboração por parte de Vossa Excelência, renovo protestos de estima. 

Atenciosamente,

ANA JÚLIA CAREPA

Ex-Senadora E Ex Governadora Do Pará

4 comentários:

Anônimo disse...

Parabéns pela iniciativa ex-governadora, agora esperamos que não fique so nisso...

Francisco Pereira disse...

Se os políticos de modo geral do grandioso estado do Pará não arregaçarem as mangas e esquecerem ideologias partidárias pra lutar em pro desse grandioso projeto, infelizmente vamos ter que continuar sendo um grandioso estado exportador de matérias primas, temos que ter consciência e bom senso para abraçar uma causa tão justa e de grande importância para todo o estado do Pará.

Anônimo disse...

Ninguém é contra a Alpa e nem qualquer outro projeto que venha contribuir para o desenvolvimento econômico da região e bem-estar da população. O difícil é acreditar nessas intenções que ressurgem na forma mascarada de palanque eleitoral antecipado, quando falta menos de dois anos para a eleição de 2014. Por que essa cobrança não aconteceu após a derrota eleitoral em 2010?
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Adir Castro

Blog Ana Júlia disse...

Adir

Esta cobrança aconteceu durante o meu mandato a frente do governo e continuou após. Já estive em reunião com a ministra Miriam Belchior em 2011 para tratar do assunto.

Acontece que, com o oficio do presidente da CDP, estamos dando mais força a uma cobrança que já exisitia. você pode comprovar isto dando um pesquisada sobre o assunto aqui no blog.