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segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Perereca denuncia vida mansa de Senador

Pelo menos desde janeiro do ano passado, o senador Mário Couto Filho, do PSDB, vem realizando um verdadeiro tour gastronômico pelos melhores e mais caros restaurantes de Belém.
 
Uma extraordinária dolce vita, um dolce far niente, ao qual não falta nem o sorvetinho da Cairu. Ou uma arretada tapioquinha.
 
Em 16 de abril do ano passado, um sábado, Mário Couto esteve na Forneria Santa Genoveva, na Antonio Barreto, um restaurante chiquérrimo, que, apesar de caro, tem até fila de espera. E, pelo valor da conta, o rangão deve ter sido bem bacana: R$ 152,45.

Em 20 de julho de 2011, uma quarta-feira, foi a vez do Dom Giuseppe, na Conselheiro Furtado, talvez o melhor restaurante de comida italiana de Belém. A julgar pela fatura, a mesa deve ter sido adubada: R$ 265,00.

Em 24 de julho de 2011, um domingo, quem sabe por andar enfastiado de tanta massa, o senador resolveu visitar o Remanso do Peixe, talvez a peixaria mais cara da cidade. Deve ter comido feito um bárbaro: a conta ficou em R$ 292,38.

E, como ninguém é de ferro, em 06 de agosto daquele ano, um sabadão, Mário Couto decidiu amenizar o calorão de Belém com os deliciosos sorvetes da Cairu. E ponha sorvete nisso: o senador pagou à Cairu nada menos que R$ 63,12.

Pagou - vírgula. Porque quem pagou tudo isso foi você, caro leitor.

Todos esses banquetes, e vários outros saboreados por Mário Couto ao longo do ano passado e deste ano, foram pagos pelo Senado Federal, através da verba indenizatória que se destina a cobrir os gastos das Vossas Excelências com a atividade parlamentar.

Funciona assim: além dos R$ 26,7 mil que recebem de salário, da cobertura de despesas de saúde e de telefone; de apartamento funcional em Brasília ou auxílio-moradia de até R$ 3.800,00, os senadores ainda dispõem de uma quantia financeira para o exercício da atividade parlamentar.

O “cotão”, como é mais conhecido, inclui uma parte destinada aos gastos com passagens aéreas, que varia em função do custo da viagem entre cada estado e Brasília (no caso do Pará, ela é de R$ 25.426,20 por mês; só a do Amazonas é maior).

A outra parte do “cotão” é igual para todos os senadores: são R$ 15 mil mensais de verba indenizatória, para as demais despesas oriundas do mandato – gastos com alimentação e combustíveis; aluguel e material de consumo do escritório político no estado de origem; contratação de consultorias, divulgação, por exemplo.

E é justamente a verba indenizatória que tem custeado a orgia gastronômica de Mário Couto, mediante a apresentação, ao Senado, dos recibos de banquetes em restaurantes caríssimos e dos pagamentos a hotéis de Brasília, Belém e Salinas. Nada escapa: nem mesmo a notinha do dinheiro gasto com o sorvete e a tapioca que ele consome em Belém, a cidade onde mora.
Leia mais em A Perereca da Vizinha

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